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Temos um interesse especial pela arte resultante do encontro entre a cultura europeia e sobretudo a portuguesa, com a cultura dos povos com os quais interagimos durante a era dos descobrimentos e colonização. A arte indo e singalo-portuguesa é particularmente rica pela amplitude temporal em que decorreu e pela tradição cultural e perícia dos artífices locais. Os contactos culturais com a China, país mais virado sobre si próprio, foram menos intensos, embora no século XVIII e XIX se registe um elevado volume de encomendas europeias, sobretudo de porcelana. O capítulo da Arte Namban do Japão, no “século cristão” dos finais do séc. XVI à segunda metade do século XVII, produziu obras de grande requinte, sobretudo mobiliário lacado para o culto cristão e para a sociedade civil em Portugal e não só. A par destas obras mais numerosas e conhecidas do chamado encontro de culturas, surgem frequentemente objectos de excepção que requerem um estudo mais aprofundado e que por vezes levantam sérias dúvidas sobre a sua origem e condições em que foram criados. O seu estudo abre novas fronteiras e constitui um desafio estimulante para académicos, antiquários e coleccionadores.
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